Rezar com o coração abre a porta a Deus –
o Papa Francisco
na Missa desta terça-feira (08/10/13) em Santa Marta
A oração faz milagres, desde que não seja fruto de um ato
mecânico. O Papa Francisco na Missa desta terça-feira na Casa de Santa Marta
afirmou que o coração que sabe rezar também sabe perdoar. O Santo Padre baseou
a sua meditação precisamente nas duas figuras que emergem da liturgia de hoje:
são elas Santa Marta e a Profeta Jonas. Ambos tinham uma idêntica incapacidade:
não sabiam rezar. Em concreto, o Papa desenvolveu a famosa cena em que Marta
repreende a irmã Maria por não a ajudar nas lides de casa, pois estava junto de
Jesus a ouvi-Lo. A esta reação Jesus disse-lhe que Maria tinha escolhido a
“parte melhor” que, segundo o Papa Francisco, é a parte da oração e da
contemplação de Jesus:
“Aos olhos da irmã era perda de tempo, até parecia um pouco
fantasiosa: olhar para o Senhor como se fosse uma criança maravilhada. Mas quem
a quer? O Senhor: Esta é a parte melhor, porque Maria ouvia o Senhor e rezava
com o seu coração. O Senhor como que nos diz que o primeiro dever é a oração.
Mas não a oração das palavras, como os papagaios; mas a oração, o coração:
contemplar o Senhor, ouvir o Senhor, pedir ao Senhor. Nós sabemos que a oração
faz milagres.” Milagre foi aquilo que aconteceu com a cidade de Ninive que
perante a sua iminente destruição, profetizada por Jonas, se converte invocando
para tal o perdão divino. Mas, a atitude do profeta Jonas era, segundo o Papa
Francisco, cheia de justiça mas, sem misericórdia... “Há outros como este teimoso Jonas, que são justiceiros. Ele
ia e profetizava, mas o seu coração dizia: Eles merecem, merecem. Estavam mesmo
a pedi-las. Ele profetizava , mas não rezava!”
O Papa Francisco pede-nos para escolhermos sempre a parte
melhor aquela da justiça com perdão. E para isso temos que rezar com o coração
para assim abrir a porta a Deus: “Também nós quando rezamos, aquilo que fazemos é fechar a
porta ao Senhor. E não rezar é isto: fechar a porta ao Senhor, para que Ele não
possa fazer nada. Ao contrário, a oração perante um problema, uma situação
difícil, a uma calamidade é abrir a porta ao Senhor para que Ele venha. Porque
ele refaz as coisas, Ele sabe arranjar as coisas, reorganizar as coisas. Rezar
é isto: abrir a porta ao Senhor, para que possa fazer alguma coisa. Mas se nós
fechamos a porta, o Senhor não pode fazer nada! Pensemos nesta Maria que
escolheu a parte melhor e nos faz ver o caminho de como se abre a porta ao
Senhor.”
Papa na homilia da manhã (03 de outubro):
"Missa não é evento social,
mas memória da salvação"
“Quando Deus vem e se aproxima, é sempre festa”, disse o
Papa na homilia proferida na manhã desta quinta, na Casa Santa Marta,
concelebrando a missa com os cardeais membros do Conselho que está reunido
desde dia 1º no Vaticano. O Papa ressaltou que não se pode transformar a memória da
salvação numa lembrança, num “evento costumeiro". "A missa não é um
“evento social” e sim a presença do Senhor em meio de nós". Francisco se
inspirou na primeira leitura, do Livro de Nemias, centrando sua homilia no tema
da memória “que toca o coração”:
“Isto não é importante só nos grandes momentos históricos,
mas na nossa vida; todos temos memória da salvação. Mas ela está próxima de
nós? Ou é uma memória distante, arcaica, uma memória de museu...? Quando a
memória não é próxima, se torna uma simples recordação”. “E esta alegria é a nossa força. A alegria da memória
próxima. Ao invés, a memória domesticada, que se afasta e se torna uma simples
recordação, não aquece o coração, não nos dá alegria e não nos dá força. Este
encontro com a memória é um evento de salvação, é um encontro com o amor de
Deus que fez história conosco e nos salvou; é um encontro de salvação. E é tão
bom ser salvos que é preciso festejar”.
“Quando Deus vem e se aproxima – afirmou, há sempre festa. E
muitas vezes nós cristãos temos medo de festejar: esta festa simples e fraterna
que é um dom da proximidade do Senhor. A vida, acrescentou o Papa, nos leva a
afastar esta proximidade, e a manter somente a lembrança da salvação, não a
memória que está viva”. A Igreja tem a “sua” memória, que é a Paixão de Senhor.
Também conosco acontece de afastar esta memória e transformá-la numa lembrança,
num evento habitual”: “Toda semana vamos à igreja, ou quando alguém morre vamos ao
funeral... e essa memória, muitas vezes, nos aborrece porque não é próxima. É
triste, mas a missa muitas vezes se transforma num evento social e não estamos
próximos da memória da Igreja, que é a presença do Senhor diante de nós.” “Peçamos ao Senhor – concluiu o Papa – a graça de ter sempre
a sua memória próxima a nós, não domesticada pelo hábito, por tantas coisas, e
distanciada numa simples recordação.
"Não podemos ter medo da solidariedade" - o Papa Francisco na Eucaristia da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (30 de maio)
No final da tarde ontem o Papa Francisco celebrou a
Eucaristia da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo Corpus Christi na Basílica
de São João de Latrão. Na sua homilia, o Santo Padre partiu da frase evangélica da
liturgia de ontem: "Dai-lhes vós mesmos de comer”. Sobre esta expressão
apresentou três palavras-chave: seguimento, comunhão e partilha. E perguntou: “Mas, dar de comer a quem? A resposta encontramo-la na
passagem do evangelho: à enorme multidão."
"O povo segue-O, escuta-O, porque Jesus fala e age de
modo novo com a autoridade de quem é autêntico e coerente, de quem age na
verdade, de quem transmite a esperança que vem de Deus, de quem revela o rosto
de um Deus que é Amor. Por isso, o povo dá graças a Deus!”
Hoje, disse o Papa Francisco aos fiéis presentes, também nós
viemos aqui para seguir a Jesus, ouvi-lo, acompanhá-lo e entrar em comunhão com
Ele na Eucaristia. Jesus fala-nos através do silêncio do Mistério da
Eucaristia. Eis porque Jesus pede aos discípulos para dar de comer à multidão.
E acrescentou: “Esta noite, também nós estamos em torno da mesa do Senhor,
da mesa do Sacrifício Eucarístico, durante o qual Ele nos dá, mais uma vez, o
seu corpo, tornando presente o único sacrifício da Cruz. A Eucaristia é o
Sacramento da comunhão, que nos faz sair do nosso individualismo para passarmos
à sequela e à fé no Senhor”.
Assim, depois de explicar dois aspectos da sua homilia,
seguimento e comunhão, o Santo Padre passou ao terceiro: a partilha ou
solidariedade, que nasce da distribuição dos pães e dos peixes à multidão, ou
seja, colocar o que temos e as nossas humildes capacidades à disposição de Deus
e dos irmãos. E o Papa concluiu: “Esta noite, mais uma vez, o Senhor, distribuiu entre nós o
pão, que é seu corpo e se torna dom. Por isso, também nós experimentamos a
solidariedade de Deus para com o homem, uma solidariedade que nunca se esgota e
nunca deixa de nos maravilhar. Na Eucaristia o Senhor nos faz percorrer o seu
caminho, que é serviço, partilha e dom”.
Desta forma, seguimento, comunhão e partilha. O Papa pediu a
Deus para que a Eucaristia nos provoque sempre a seguir o Senhor, a ser
instrumentos de comunhão, a partilhar com Ele e com os nossos irmãos o que
temos e o que somos. Somente assim a nossa existência será fecunda. No final da celebração Eucarística, o Santo Padre presidiu à
procissão do Corpus Christi, da qual participaram o clero e os muitos fiéis
presentes. No final, o Papa Francisco concedeu a todos a bênção Eucarística e
regressou ao Vaticano.
"... é a Igreja que nos leva a Cristo" - o Papa
Francisco na audiência geral onde afirmou a Igreja como a grande família de
Deus
"Queridos irmãos e irmãs, na quarta-feira passada sublinhei a ligação profunda entre o
Espírito Santo e a Igreja. Hoje gostaria de iniciar algumas catequeses sobre o
mistério da igreja, mistério que todos nós vivemos e do qual somos parte.
Gostaria de o fazer com expressões bem presentes dos textos do Concílio
Ecumênico Vaticano II. Hoje a primeira: a Igreja como família de Deus."
Com estas palavras iniciou o Santo Padre a sua catequese de
hoje, anunciando a intenção de falar sobre a Igreja a partir nas próximas
semanas. E começou, desde logo, com uma parábola que tem citado nos últimos
tempos: "Nestes meses, mais do que uma vez tenho feito
referência à parábola do filho pródigo, ou melhor do Pai Misericordioso. O
filho menor deixa a casa do pai, gasta tudo e decide voltar porque percebe que
errou, mas acha que não é digno de ser recebido como filho e pede para ser
servo. O pai vai ao seu encontro, abraça-o e restitui-lhe a dignidade de filho
e faz uma festa. Esta parábola, como outras no Evangelho, indica bem o desenho
de Deus sobre a humanidade."
Este é o projeto de Deus, o de fazer uma única família dos
seus filhos. Assim, a Igreja tem a sua raiz no desejo de Deus de chamar todos
os homens à comunhão consigo, no desígnio de fazer da humanidade a única
família dos seus filhos. Na plenitude dos tempos, Deus mandou o Seu Filho,
Jesus Cristo, para nos comunicar a vida divina.
"Quando lemos os Evangelhos, vemos que Jesus reune à
sua volta uma comunidade que acolhe a sua palavra, partilha o seu caminho, esta
transforma-se na sua família e com esta comunidade Ele prepara e constrói a sua
Igreja. De onde nasce então a Igreja? Nasce do gesto supremo de Jesus na Cruz
do lado aberto de Cristo de onde jorraram sangue e água, símbolos dos
Sacramentos da Eucaristia e do Batismo."
E foi assim da Cruz e do Amor de Deus que a Igreja nasceu e
foi no dia de Pentecostes, recebendo o dom do Espírito Santo, que Ela se
manifestou ao mundo, anunciando o Evangelho e difundindo o amor de Deus.
Portanto, não tem sentido dizer que se aceita Cristo e não a Igreja, pois é
somente por meio da Igreja que podemos entrar em comunhão com Cristo e com
Deus.
"Ainda se ouve pessoas que dizem: Cristo sim, Igreja
não. Jesus sim , padres não. Mas é precisamente a Igreja que nos faz conhecer
Jesus e que nos leva a Deus."
E no final o Santo Padre deixou algumas questões para
reflexão dos fieis: "Perguntemo-nos hoje: Quanto é que eu amo a Igreja?
Rezo por Ela? Sinto-me parte da família da Igreja? O que é que eu faço para que
seja uma comunidade em que cada um se sinta acolhido e compreendido, sinta a misericórdia e o amor de Deus que renova a vida?"
Papa adverte para a tentação do triunfalismo na Igreja
Em sua homilia desta quarta-feria, dia 28 de maio, o Pontífice se inspirou no Evangelho do dia
para alertar para a tentação do triunfalismo dentro da Igreja, a partir da
narração de Jesus, que anuncia aos discípulos sua paixão, morte e ressurreição
a caminho de Jerusalém.
Os discípulos tinham em mente outros projetos, e pensam em
parar na metade do caminho; discutiam entre si sobre como salvar às pressas a
Igreja. Esta é a tentação do triunfalismo prescindindo da Cruz, um triunfo
mundano, advertiu Francisco: “O triunfalismo paralisa a Igreja, assim como o triunfalismo
nos cristãos os paralisa. É uma Igreja triunfalista, é uma Igreja que fica na
metade do caminho, uma Igreja que é feliz assim, bem arrumada – bem arrumada! –
com todos os escritórios, tudo em ordem, tudo bonito, eh? Eficiente. Mas uma
Igreja que renega os mártires, porque não sabe que os mártires são necessários
à Igreja para o caminho da Cruz. Uma Igreja que pensa somente nos triunfos, nos
sucessos, que não conhece esta regra de Jesus: a regra do triunfo por meio da
falência, da falência humana, da falência da Cruz. E esta é uma tentação que
todos nós temos.”
O Papa então concluiu: “Peçamos ao Senhor a graça de não ser
uma Igreja que para na metade do caminho, uma Igreja triunfalista, dos grandes
sucessos, mas de ser uma Igreja da humildade que caminha com decisão, como
Jesus. Avante, avante, avante. Coração aberto à vontade do Pai, como Jesus.
Peçamos esta graça”.
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Não se segue Jesus para fazer carreira, o
seu caminho é o da cruz
O Papa Francisco na sua meditação de hoje, 28 de maio, desenvolveu as
palavras de Jesus quando revela que os discípulos sofreriam perseguições. Eis
porque Cristo sofreu o Suplício da Cruz – foi para mostrar-nos o caminho. Isto
porque, diz o Papa Francisco, “quando um cristão não tem dificuldades na vida,
qualquer coisa não está bem”… “Seguir Jesus sim, mas até um certo ponto; seguir Jesus como
uma forma cultural: sou cristão, tenho esta cultura...mas sem a exigência da
verdadeira sequela de Jesus, a exigência de ir pelo seu caminho.”“E a história
da Igreja está cheia disto, a começar por alguns imperadores e governantes e
tantos outros, não? E também alguns – não quero dizer muitos mas alguns –
padres e bispos, não? Alguns dizem que são tantos aqueles que pensam que seguir
Jesus e fazer carreira…”
O Papa Francisco referiu que ficou na história e na língua a
expressão de fazer carreira eclesiástica, que o Santo Padre considera
completamente errada e fora do espírito cristão, pois falta-lhe a Cruz como
sinal de entregas por amor. A este respeito o Papa deu o exemplo da Madre
Teresa de Calcutá que passava horas em adoração eucarística por amor a Jesus
Cristo e aos irmãos: “A sequela de Jesus é precisamente isto: ir com Ele por
amor, segui-lo: o mesmo caminho a mesma estrada. E o mundo será aquele que não
nos tolerará e nos fará sofrer, como fez sofrer Jesus. peçamos esta graça:
seguir Jesus na caminho que Ele nos fez ver e que Ele nos ensinou. Isto é lindo
porque Ele nunca nos deixa sós. Nunca! Está sempre conosco. Assim seja!”
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O bem-estar e o fascínio do provisório nos afastam de
Jesus"
Para seguir Jesus, devemos nos despir da cultura do
bem-estar e do fascínio provisório: foi o que disse esta manhã, dia 27 de maio, o Papa
Francisco, na Missa na Casa Santa Marta. Na homilia, o Papa comentou o Evangelho do dia, em que Jesus
pede a um jovem que dê suas riquezas aos pobres e que O siga. “As riquezas são
um empecilho, pois não facilitam o caminho rumo ao Reino de Deus”, disse
Francisco.
O Pontífice se referiu a duas “riquezas culturais”: antes de
tudo, a “cultura do bem-estar, que nos deixa pouco corajosos, preguiçosos e
também egoístas. O bem-estar é uma “anestesia”: "Não, não, mais de um filho não, porque não podemos
fazer férias, não podemos comprar a casa... Podemos seguir o Senhor, mas até
certo ponto. Isso faz o bem-estar: nos despe daquela coragem forte que nos
aproxima de Jesus. Esta é a primeira riqueza da nossa cultura de hoje, a cultura
do bem-estar.”
A segunda riqueza é o fascínio do provisório. “Nós estamos
apaixonados pelo provisório”, disse o Papa. Não gostamos das propostas
definitivas que Jesus nos faz e temos medo do tempo de Deus:
“Ele é o Senhor do tempo, nós somos os senhores do momento.
Uma vez, conheci uma pessoa que queria se tornar padre, mas só por dez anos,
não mais.” Além disso, muitos casais se casam pensando que o amor pode acabar
e, com ele, a união.
“Essas duas riquezas são as que, neste momento, nos impedem
de prosseguir. Eu penso em muitos, muitos homens e mulheres que deixaram a
própria terra para serem missionários por toda a vida: isso é definitivo! Assim
como muitos homens e mulheres que deixaram a própria casa para um matrimônio
por toda a vida: isso é seguir Jesus de perto! É o definitivo”, afirmou o
Pontífice, que concluiu: “Peçamos ao Senhor que nos dê a coragem de prosseguir,
despindo-nos desta cultura do bem-estar, com a esperança no tempo definitivo.
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"Deus é Amor. No abraço de sua comunhão, a vida
eterna"
Hoje, dia 26 de maio, é o Domingo da Santíssima Trindade, e o Papa lembrou
que “a luz do tempo pascal e de Pentecostes renova em nós, a cada ano, a felicidade
e a surpresa da fé: reconhecemos que Deus não é uma coisa que vagueia abstrata,
não é um 'spray', mas tem um nome: Deus é amor: “Não é um amor sentimental, emotivo, mas é o amor do Pai,
que está na origem de toda vida, o amor do Filho que morre na Cruz e
ressuscita, o amor do Espírito que renova o homem e o mundo”.
Francisco continuou, explicando que a Santíssima Trindade
não é um fruto de raciocínios humanos, mas é o rosto com que o próprio Deus se
revelou, caminhando com humanidade: “Jesus é o Filho que nos fez conhecer o Pai
misericordioso e trouxe à terra o seu “fogo”, o Espírito Santo”.
Terminando seu discurso, o Papa destacou que hoje nós
louvamos a Deus por Ele mesmo, “por sua imensa glória”. Nós o louvamos e damos
graças porque é Amor, e porque nos convida a receber o abraço de sua comunhão,
que é a vida eterna.
Dedicando sua prece a Maria, o Papa recordou que ela já
chegou à meta da peregrinação terrena: está já na glória da Trindade. “Por
isso, resplandece para nós como sinal de esperança certeira e consolação, e nos
acompanha no caminho”
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Conversas destrutivas, calúnias e difamação são pecados na Igreja
Quem se aproxima da Igreja deve encontrar
portas abertas e não fiscais da fé
Na missa desta manhã, 24 de maio, na Capela da Casa de Santa Marta o Papa
Francisco refletiu na sua homilia, através do Evangelho do dia, sobre a
abertura e disponibilidade que devemos ter enquanto crentes, em particular os
sacerdotes, enquanto facilitadores da fé. No Evangelho Cristo chama a atenção
dos discípulos para o facto de estes estarem a afastar as crianças que as pessoas
levavam para o Senhor as abençoar. Jesus tocava em todos, a todos recebia e
abraçava. E o Santo Padre até contou uma pequena história: “Recordo que uma vez, saindo da cidade de Salta, no dia da
Festa do Padroeiro, estava uma senhora que pedia a um padre uma bênção. Este
disse-lhe que ela já tinha estado na missa e, então, explicou-lhe toda a
teologia da bênção existente na missa. Ela respondeu: Ah muito obrigado. O
padre foi-se embora e ela dirigiu-se logo a outro padre para lhe pedir uma
bênção, pois, ela tinha outra necessidade a de ser tocada pelo Senhor. Esta é a
fé que encontramos sempre e esta fé é suscitada pelo Espírito Santo. Nós
devemos facilitá-la, fazê-la crescer, ajudá-la a crescer.”
O Papa citou depois o episódio do cego de Jericó que gritava
por Jesus. E as pessoas não queriam que ele gritasse pois ia contra o as
normas, as regras, enfim o protocolo. E recordou que quantas vezes quando numa
paróquia as pessoas são acolhidas friamente , mesmo por leigos, em muitos casos
quase tecnicamente, sem que suscite a quem acolhe uma reação de alegria
perante um irmão na fé que ali se apresenta para celebrar um batismo, um
matrimônio ou fazer uma inscrição na catequese. Apropriamo-nos um pouco do
Senhor e os outros que sigam as nossas regras… O Santo Padre a terminar deu um
outros exemplo: “ Pensai numa mãe-solteira que vai à Igreja, à paróquia e
diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu
não podes porque não estás casada. Atentemos que esta rapariga que teve a
coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada.
Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim
quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos o bem às pessoas,
ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude
instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral.”
Conversas destrutivas, calúnias e difamação são pecados na Igreja
O cristão deve vencer a tentação de se envolver na vida dos
outros: foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada esta manhã na
capela da Casa Santa Marta, na presença de líderes do Caminho Neocatecumenal e
de Comunhão e Libertação.
O Papa Francisco destacou as invejas que fazem muito mal à
comunidade cristã e que não se pode “dizer somente a metade que nos convém”. “Que te importa?”: o Papa desenvolveu a sua homilia partindo
desta pergunta feita por Jesus a Pedro, que se tinha envolvido na vida de outra
pessoa, na vida do discípulo João. Primeiramente, o que perturba é a
comparação, compararmo-nos com os outros. Com isso, “acabamos na inveja, e a
inveja enferruja a comunidade cristã” – disse o Papa Francisco. Em segundo
lugar, o que prejudica são as conversas negativas.
“Tantas conversinhas na Igreja! Tanto falamos nós os
cristãos! Isso é fazer-nos mal, ferir um ao outro... É como querer diminuir o
outro: ao invés de crescer, faço com que o outro fique menor e eu me sinto
maior. Isso não é bom. São como os rebuçados. Depois de muitos, vem a dor de
barriga. As conversinhas são assim. É doce no início e depois destrói, destrói
a alma.”
Ao falar mal dos outros, fazemos três coisas: a
desinformação, a difamação e a calúnia. “Todas as três são pecado”, disse o
Papa. Peçamos hoje ao Senhor que nos dê esta graça de não nos envolver na vida
dos outros e de seguir Jesus e o seu caminho”
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Durante esta novena de Pentecostes (maio de 2013), estas palavras de nosso Papa Francisco, nos ajuda a aprofundar a ação do Espírito Santo em nossa vida.
"A ação do Espírito Santo na nossa vida é nos recordar
e imprimir nos nossos corações de fiéis as palavras que disse Jesus, para que
se tornem em nós princípio de avaliação nas escolhas e de guia nas ações
cotidianas. É do íntimo de nós mesmos que nasce mas nossas ações: é o coração
que deve se converter a Deus, e o Espírito Santo o transforma se nos abrirmos a
Ele. Através do Espírito Santo, o Pai e o Filho habitam em nós:
nós vivemos em Deus e de Deus. E Francisco questionou mais uma vez: mas a nossa
vida é permeada por Deus? Quantas coisas coloco antes Dele?
“Queridos irmãos e irmãs, neste Ano da Fé, somos convidados,
seguindo o exemplo de docilidade de Nossa Senhora, a nos deixar inundar pela
luz do Espírito Santo, predispondo-nos à Sua ação, buscando conhecer mais a
Cristo e as verdades da fé: meditando a Sagrada Escritura, estudando o
Catecismo e aproximando-se com mais frequência dos sacramentos. Mas ao mesmo
tempo, devemos questionar quais passos estamos fazendo para que a fé oriente
toda a nossa existência. Não se é cristão em alguns momentos ou em algumas
circunstância. Somos cristãos a todo momento! Invoquemos com mais frequência o
Espírito Santo, para que nos guie no caminho dos discípulos de Cristo.”
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O cristão deve ser uma pessoa de profunda alegria
O cristão deve ser uma pessoa de profunda alegria
Esta manhã às 7
horas, 10 de maio de 2013, o Papa presidiu à habitual missa na Capela de Santa Marta. Com ele
concelebraram o arcebispo de Mérida, no México Meridional, D. Baltazar Henrique
Cardozo e o abade primaz dos Benedetinos, Notker Wolf. Na missa participou um
grupo do pessoal da Rádio Vaticano, acompanhado pelo Director geral, P.
Federico Lombardi.
Na sua homilia o Papa Francisco disse que o cristão é um
homem e uma mulher de alegria. Devem, portanto ser testemunhos da verdadeira
alegria, a que Cristo nos dá – insistiu, pondo a tónica na atitude alegre dos
discípulos entre a Ascenção de Jesus ao Céu e o Pentecostes que se comemora no
domingo 19 deste mês.
Fazendo depois uma distinção entre a simples alegria e
alegria profunda ("gioia", em italiano) o Papa disse que a alegria de
ser cristão não é uma alegria derivada de situações conjunturais, momentâneas:
é uma alegria muito mais profunda. É um dom do Senhor que nos enche
interiormente. É como que uma unção do Espírito. É uma alegria que nasce da
segurança de que Jesus está connosco e com o Pai.”
Salientando depois que a pessoa profundamente alegre em
Cristo é uma pessoa segura, o Papa perguntou-se se podemos “engarrafar” essa
alegria para a termos sempre para nós. E respondeu: “Não, porque se quisermos ter essa alegria só para nós,
acaba por deturpar-se, e o nosso coração fica amarrotado, a nossa face não
transmite aquela grande alegria, mas sim nostalgia, melancolia, o que não é
são. Algumas vezes esses cristãos melancólicos tem uma cara de pimenta com
vinagre - disse. (…) A profunda alegria não pode ficar parada. Tem de andar. A
alegria é uma virtude peregrina. É um dom que caminha na estrada de Jesus:
apregoar, anunciar Jesus, a profunda alegria, alonga, alarga o caminho. É uma
virtude dos grandes (…) dos que olham sempre ao horizonte.”
Hoje disse o Papa a concluir há um belo motivo para uma
alegria profunda: a presença em Roma de Tawadros II, Patriarca de Alexandria. É
um motivo de alegria sublinhou “porque é um irmão que vem visitar a Igreja de
Roma, para falar, para percorrer juntos uma parte do caminho.
"Os cristãos mornos prejudicam a Igreja"
Todos os cristãos têm o dever de transmitir a fé com
coragem. Esta é a exortação que o Papa Francisco fez esta manhã na Missa
celebrada na Capela da Casa Santa Marta, dia 03 de maio de 2013, com a participação da Guarda Suíça.
Concelebrou com o Papa o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações
Sociais, Dom Claudio Maria Celli.
O Papa dedicou sua homilia ao tema da coragem no anúncio do
Evangelho. Todos os cristãos que recebem a fé devem transmiti-la, proclamá-la
com a vida e com a palavra. Francisco contou um episódio da sua infância
abordando a forma como a fé foi transmitida através da sua avó, quando o levava
a participar na procissão da Sexta-Feira Santa e lhe dizia: “Jesus está morto,
mas amanhã ressuscitará”. “A fé entrou assim: a fé em Cristo morto e
ressuscitado. Na história da Igreja, muitos tentaram encobrir esta certeza,
falando de uma ressurreição espiritual. Não, Cristo está vivo!”, afirmou o
Papa.
O Santo Padre recordou que na Bíblia lemos que Abraão e
Moisés têm a coragem de “negociar com o Senhor”. Uma coragem em favor dos
outros, em favor da Igreja, que é necessária ainda hoje: “Quando a Igreja perde a coragem, entra na Igreja uma
atmosfera morna. Os cristãos mornos, sem coragem… Isso prejudica a Igreja,
começam os problemas entre nós; não temos horizontes, não temos coragem, nem a
coragem da oração ao céu nem a coragem de anunciar o Evangelho. Somos mornos…E
não temos a coragem de enfrentar os nossos ciúmes, as nossas invejas, o
carreirismo, de avançar egoisticamente… a Igreja deve ser corajosa!”
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Vergonhar-se é a atitude do verdadeiro cristão
Cidade do Vaticano – Vergonhar-se dos próprios pecados
é a virtude do humilde que se prepara para acolher o perdão de Deus: foi o que
disse o Papa Francisco na missa desta manhã, dia 29 de abril de 2013, presidida na capela da Casa Santa
Marta, com a participação de funcionários da Administração do Patrimônio da Sé
Apostólica e de algumas religiosas.
Comentando a primeira Carta de S. João, em que se diz que
“Deus é luz e Nele não há trevas”, o Papa Francisco destacou que “todos nós
temos obscuridades na nossa vida”, momentos “em que há escuridão em tudo,
inclusive na própria consciência”, mas isso não significa caminhar nas trevas:
“Caminhar nas trevas significa estar satisfeito de si mesmo;
estar convencido de que não precisa de salvação. Essas são as trevas! Olhem
seus pecados, os nossos pecados: todos somos pecadores, todos… Este é o ponto
de partida. Se confessamos nosso pecados, Ele é fiel, é justo a ponto de nos
perdoar.”
Isso é o que acontece no Sacramento da Reconciliação,
afirmou Francisco, acrescentando que confessar não é como ir à tinturaria, para
limpar a sujeira de nossas roupas:
“O confessionário não é uma tinturaria: é um encontro com
Jesus que nos espera, que nos espera como somos. Temos vergonha de dizer a
verdade, ‘fiz isso, pensei aquilo’, mas a vergonha é uma virtude
verdadeiramente cristã e também humana... a capacidade de vergonhar-se é uma
virtude do humilde.
Esta é a virtude que Jesus pede a nós: a humildade e a
docilidade: “Humildade e docilidade são como uma moldura da vida cristã.
Um cristão vive sempre assim, na humildade e na docilidade. E Jesus nos espera
para nos perdoar. Confessar não é como ir a uma “sessão de tortura”. “Não!
Confessar-se é louvar a Deus, porque eu pecador fui salvo por Ele. E ele me
espera para me repreender? Não, com ternura para me perdoar. E se amanhã fizer
a mesma? Confesse-se mais uma vez... Ele sempre nos espera”.
Francisco então concluiu: “Que o Senhor nos dê esta graça,
esta coragem de procurá-lo sempre com a verdade, porque a verdade é luz e não
com as trevas das meias-verdades ou das mentiras diante de Deus. Que ele nos dê
essa graça”.
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"Deus dá-nos a coragem de ir contra a corrente" - Papa Francisco
V Domingo da Páscoa
"Vedes?! A novidade de Deus não é como as inovações do
mundo, que são todas provisórias, passam e procuram-se outras sem cessar. A
novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando
estivermos com Ele, mas já hoje: Deus está a fazer novas todas as coisas, o
Espírito Santo transforma-nos verdadeiramente e, através de nós, quer
transformar também o mundo onde vivemos. Abramos-Lhe a porta, façamo-nos guiar
por Ele, deixemos que a acção contínua de Deus nos torne homens e mulheres
novos, animados pelo amor de Deus, que o Espírito Santo nos dá. Como seria belo
se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no
trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos
meus pais, por um idoso."
"Seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme
as nossas zonas sombrias, os nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave
os nossos pecados, é um caminho que encontra muitos obstáculos fora de nós, no
mundo onde vivemos e que muitas vezes não nos compreende, e dentro de nós, no
nosso coração. Mas, as dificuldades, as tribulações fazem parte da estrada para
chegar à glória de Deus, como sucedeu com Jesus que foi glorificado na Cruz;
aquelas sempre as encontraremos na vida."
"...permanecei firmes no caminho da fé, com segura
esperança no Senhor. Aqui está o segredo do nosso caminho. Ele dá-nos a coragem
de ir contra a corrente. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que
possam meter-nos medo, se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão
unidos à videira, se não perdermos a amizade com Ele, se lhe dermos cada vez
mais espaço na nossa vida. Isto é verdade mesmo, e sobretudo, quando nos
sentimos pobres, fracos, pecadores, porque Deus proporciona força à nossa
fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão ao nosso pecado. Tenhamos
confiança na ação de Deus! Com Ele, podemos fazer coisas grandes; Ele nos fará
sentir a alegria de sermos seus discípulos, suas testemunhas.
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Francisco: "Igreja é uma história de amor, não uma
Ong"
Cidade do Vaticano, 24 de abril de 2013– A Igreja não é uma organização burocrática,
mas é uma história de amor: é o que disse o Papa durante a Missa presidida na
Capela da Casa Santa Marta, da qual participaram funcionários do Ior.
As leituras do dia contam as vicissitudes da primeira
comunidade cristã que cresce e multiplica os seus discípulos. Uma coisa boa –
observa o Papa –, mas que pode levar a ‘pactos’ para ter ainda ‘mais sócios
neste empreitada’: “Ao invés, o caminho que Jesus quis para a sua Igreja é
outra: o caminho das dificuldades, da Cruz, o caminho das perseguições... E
isso nos faz pensar: mas o que é esta Igreja? Pois não parece uma iniciativa
humana”.
Os discípulos, explicou, não fazem a Igreja – eles são
enviados, enviados de Jesus. E Cristo é o enviado do Pai: “E então se vê que a Igreja começa lá, no coração do Pai,
que teve esta idéia … não sei se trata propriamente de uma idéia: o Pai teve
amor. E começou esta história de amor, esta história de amor tão longa no tempo
e que ainda hoje não acabou. Nós, mulheres e homens de Igreja, estamos em meio
a uma história de amor: cada um de nós é um anel nesta cadeia de amor. E se não
entendemos isso, não entendemos nada do que seja a Igreja”.
A tentação, advertiu o Pontífice, é fazer crescer a Igreja
sem percorrer o caminho do amor: “Mas a Igreja não cresce com a força humana; alguns cristãos
erraram por razões históricas, fizeram exércitos, guerras de religião: isso é
outra história, que não é esta história de amor. Jesus disse que a Igreja
cresce simplesmente como a semente de mostarda, cresce como fermento na
farinha, sem alarde”.
A Igreja – recordou – cresce “de baixo, lentamente”: “E quando a Igreja quer se vangloriar da sua quantidade e
cria organizações, escritórios e se torna um pouco burocrática, a Igreja perde
a sua principal substância, e corre o perigo de se transformar numa organização
não-governamental, numa ong. E a Igreja não é uma ong. É uma história de amor
... Os escritórios são necessários, mas até um certo ponto: o importante é como
ajudo esta história de amor. Mas quando a organização fica em primeiro lugar, o
amor desaparece e a Igreja, coitada, se torna uma ong. E este não é o caminho”.
Um chefe de Estado – revelou Francisco – perguntou quanto é
grande o exército do Papa. A Igreja – prosseguiu – não cresce “com os
militares”, mas com a força do Espírito Santo. Porque a Igreja – repetiu – não
é uma organização:
“Não: é Mãe. É Mãe. Aqui há muitas mães nesta missa. Como
vocês se sentiriam se alguém dissesse: ‘Mas … a senhora é uma organizadora da
sua casa’? ‘Não: eu sou a mãe!’. E a Igreja é Mãe. E nós estamos em meio a uma
história de amor que vai avante com a força do Espírito Santo e nós, todos
juntos, somos uma família na Igreja, que é a nossa Mãe”.
Por fim, o Papa elevou sua oração a Nossa Senhora para que
“nos dê a graça da alegria, da alegria espiritual de caminhar nesta história de
amor”.
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"Toda ideologia é uma falsificação do Evangelho"
Durante a missa em Santa Marta, papa Francisco reza por uma
Igreja livre dos moralismos e pronta para acolher a Cristo com coração humilde
CIDADE DO VATICANO, 19 de Abril de 2013- A
humildade é uma condição necessária se queremos acolher a palavra de Deus e
converter-nos. Disse Papa Francisco durante a missa matutina na capela da casa
Santa Marta, celebrada desta vez na presença de alguns funcionários da Imprensa
Vaticana e do L'Osservatore Romano.
Articulando a sua homilia sobre as leituras do dia (Atos 9,
1-20; Jo 6, 52-59), o Santo Padre recordou a história da conversão de São
Paulo, que, depois de ter perseguido Jesus, o acolhe, porque, apesar da sua
mente estar perplexa, o seu coração está aberto a Cristo. Uma atitude
semelhante é a de Ananias, enquanto os doutores da lei respondem a Jesus com
total fechamento e hostilidade.
A voz de Jesus, disse Francisco, "passa pela nossa
mente e vai ao coração, porque Jesus procura a nossa conversão”. Paulo e
Ananias, acolhendo a Cristo na sua vida, “respondem como os grandes da história
da salvação, com Jeremias, Isaías”.
A confusão e a incerteza são típicos de todos os profetas,
incluindo Moisés, que se pergunta: "Mas, Senhor, eu não sei falar, como
irei dizer isso aos egípcios?" enquanto a Virgem Maria encontra-se a
conceber o Filho de Deus, o Salvador da humanidade, sem ser casada, ou
"conhecer homem".
O salto de qualidade típico de todos os profetas e santos é
a "resposta de humildade", ou a aceitação da Palavra de Deus
"com o coração". Todo o contrário da lei, que “respondem só com a
cabeça” e assim se fazem impermeáveis para qualquer conversão.
Atualizando o conceito, Papa Francisco identificou nos
“grandes teólogos” do nosso tempo, outra categoria de pessoas que “respondem
somente com a cabeça”, e não compreendem que a Palavra de Jesus “vai para o
coração porque é Palavra de amor, é palavra bonita e traz o amor, nos faz amar”.
Quando eles descobrem que quem não comer a carne de Jesus e
não beber Seu sangue, não vai ganhar a vida eterna, entram em crise: não
conseguem ir além do conceito material e convencional do ato de comer carne.
Entra portanto um “problema de intelecto” e quando a
ideologia entra “na inteligência do Evangelho, não se entende nada”, observou o
Pontífice.
Nem mesmo o "moralismo" é uma estrada viável:
mesmo quem insiste em ver em Jesus uma mera “estrada do dever”, de fato, cai na
armadilha da pretensão de compreender tudo somente “com a cabeça”. Quem tem uma
atitude assim carrega tudo “sobre os ombros dos fieis”.
Toda ideologia, acrescentou o Papa Francisco, “é uma
falsificação do Evangelho” e aqueles que a sustentam são “intelectuais sem
talento, eticistas sem bondade”; não entendem nem sequer de beleza. Ao longo da
estrada do amor, da beleza e do Evangelho avançam pelo contrário os Santos que,
com a humildade da sua conversão, “levam adiante a Igreja”.
A oração final do Santo Padre foi portanto por uma Igreja de
coração aberto, livre de “qualquer interpretação ideológica” e fundamenta
somente no Evangelho “que nos fala do amor e nos leva ao amor” e “nos faz
belos”, dando-nos “a beleza da santidade.
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