SÍNODO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO
Notícias do Sínodo dos Bispos 14 - Pe. Lima
MENSAGEM DO SÍNODO DE 2012 - II
Síntese da primeira redação do
importante documento
A manhã deste radioso domingo de outubro
foi marcado pela solene liturgia do Domingo das Missões, em que foram
canonizados 7 santos de várias partes do mundo cristão. A grande Praça de São
Pedro estava apinhada de gente, pois havia peregrinos vindo dos 7 países desses
novos santos, principalmente filipinos. O mais jovem dos 7 santos, o catequista
Pedro Calungsod, 17 anos, morreu mártir em 1672, nas Filipinas; duas são
leigas.
No final de sua homilia, disse o Papa:
"Estes novos Santos, diferentes pela sua origem, língua, nação e condição
social, estão unidos com todo o Povo de Deus no mistério de Salvação de Cristo,
o Redentor. Junto a eles, também nós aqui reunidos com os Padres sinodais,
provenientes de todas as partes do mundo, proclamamos, com as palavras do
salmo, que Senhor é «o nosso auxílio e proteção», e pedimos: «sobre nós venha,
Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos» (Sl 32,20-22).
Que o testemunho dos novos Santos, a sua vida oferecida generosamente por amor
a Cristo, possa falar hoje a toda a Igreja, e a sua intercessão possa
reforçá-la e sustentá-la na sua missão de anunciar o Evangelho no mundo
inteiro".
Continuação da Mensagem do Sínodo (II)
Ontem, 20 de outubro, enviei a síntese dos
primeiros sete números da primeira redação da Mensagem. Como é muito longa,
resolvi dividir esta segunda parte, também em duas. Hoje envio a síntese dos
números 08-11, completando amanhã com o final.
08 - A evangelização não é tarefa
de alguns; se a família é seu primeiro contexto e a vida consagrada é sinal de
seu fim último, no meio se coloca a ação da comunidade eclesial onde se
encontram a Palavra, os sacramentos, a comunhão fraterno, o serviço da caridade
e a missão. Na paróquia, presença territorial da Igreja, as pessoas podem
encontrar o Evangelho. Hoje se requer que sejam articuladas em pequenas
comunidades e seu cuidado pastoral exige novas formas de presença missionária.
Nela o sacerdote, pai e pastor, possui papel decisivo. O Sínodo expressa
gratidão e proximidade fraterna a tantos presbíteros que se dedicam com zelo a
esse ministério, e pedem que o exerçam em estreita ligação com o presbitério
diocesano, com uma intensa vida espiritual e formação permanente que os
qualifique sempre mais. Ao lado dos presbíteros estejam os diáconos, outros
ministérios a serviço do anúncio, da catequese, da liturgia, da caridade e
tantas outras formas de participação e corresponsabilidade por parte dos fieis,
homens e mulheres. Todos devem se colocar na perspectiva da NE. Quanto aos leigos,
apoiamos as formas tradicionais e novas de associação, movimentos e outras
expressões da riqueza de dons e carismas
que o Espírito Santo enriquece sua Igreja. A todos exortamos à fidelidade, ao
testemunho, à incansável dedicação ao Evangelho e à comunhão eclesial. Queremos
nos unir também aos cristãos com os quais a unidade infelizmente ainda não é
perfeita, mas que são marcados pelo Batismo do Senhor, do qual também são
anunciadores. Alguns deles estiveram em nosso meio, testemunhando sua sede de
Jesus Cristo e paixão pelo anúncio do Evangelho.
9. No nosso coração nos
interrogamos, preocupados mas não pessimistas, sobre o presente e o futuro das
novas gerações: nelas está o futuro da humanidade e da Igreja. Preocupados,
porque são atingidos mais diretamente pelas agressões de nosso tempo;
otimistas, porque quem move a história é Cristo e porque entrevemos na
juventude as aspirações mais profundas de autenticidade, verdade, liberdade e
generosidade, para as quais a resposta é o próprio Jesus. Queremos sustentá-los
nessa procura; encorajamos nossas comunidades para que ouçam, dialoguem e façam
propostas diante da difícil condição juvenil para estimularem e não reprimirem
seu entusiasmo. É preciso combater as especulações interessadas em dissipar
suas energias lançando-os num consumismo alienante. A NE tem nos jovens um
campo de grande responsabilidade e promissoras esperanças, como mostram a
Jornada Mundial da Juventude e várias formas de serviço e missionariedade.
10. A NE se concentra em Cristo e
na pessoa humana para facilitar o encontro entre ambos. Mas ela não se reduz a
isso: quer também dialogar com a cultura, para nelas encontrar "as
sementes do Verbo". A NE busca uma renovada aliança entre fé e razão, na
convicção de que a fé possui riquezas que podem fecundar a razão aberta à
transcendência, sanando os limites e contradições nas quais pode cair a razão.
É nisto que se fundamenta o esforço das comunidades cristãs que se ocupam da
educação e cultura, sobretudo nas escolas e universidades. O Evangelho é um
precioso manancial para as culturas. Daí o cuidado especial pelas escolas e
universidades católicas: nelas, a abertura ao transcendente, própria de todo
itinerário cultural e educativo, deve propor o encontro com o acontecimento
Jesus Cristo e sua Igreja. Somos gratos a quantos, às vezes com enormes
dificuldades, labutam nesse campo pedagógico. O encontro entre fé e razão se dá
também no diálogo com o saber científico, que não pode estar longe da fé; ela é
uma manifestação daquele princípio espiritual que Deus colocou em suas
criaturas para desvendar as estruturas racionais, base da criação. Quando
ciência e técnica não se fecham numa concepção materialista do homem e do
mundo, tornam-se um precioso aliado para a humanização da vida. Nosso
agradecimento também aos artistas em suas várias formas: se de um lado
expressam a beleza, por outro manifestam a espiritualidade humana; a arte torna
evidente a beleza de Deus retratada em suas criaturas. Aliás, todo o mundo do
trabalho é um espaço de cooperação com a criação divina. À luz do Evangelho,
lembramos ao mundo da economia e do trabalho, que a pessoa humana deve estar no
centro de suas preocupações. Enfim, com relação às religiões, são destinatárias
naturais de nosso diálogo: o Evangelho de Jesus é paz e alegria; seus
discípulos reconhecem tudo o que há de verdadeiro e bom nas religiões.
Evangelizamos porque estamos convictos da verdade de Cristo e não porque somos
contra alguém. O diálogo religioso quer ser um contributo para a paz, rejeição
a todo fundamentalismo e denúncia da violência que se abate sobre os crentes.
Os cristãos vivem a perseguição como participação no mistério da cruz e sabem
que do sangue dos mártires nascem novos cristãos. Ao mesmo tempo em que toda a
Igreja reza e sofre com os perseguidos, por outro conclama aos que detêm o
poder, que salvaguardem a liberdade religiosa e a livre profissão e testemunho
da fé.
11. Diante dos desafios da NE às
vezes nos sentimos perdidos e sem referências. Bento XVI fala em
"desertificação espiritual" que grassa no mundo; mas nos estimula a
descobrir a alegria de crer, a partir desse vazio e experiência de deserto: aí
nos voltamos àquilo que é essencial para viver. No deserto, como a samaritana,
se vai em busca de água e de um poço... bendito aquele que aí encontra Cristo!
O Ano da Fé é uma preciosa entrada na NE. Ele está ligado aos 50 anos do
Vaticano II, cujo magistério fundamental resplandece no Catecismo da Igreja
Católica. São referências seguras da fé.
Amanhã enviarei a síntese dos 3 últimos
números (12-14). Lembro mais uma vez que se trata de um texto em elaboração e à
luz do Evangelho poderá sofrer modificações. Tenham uma boa e frutuosa semana!
Roma, 21 de Outubro de 2012,
domingo
Pe. Luiz Alves de Lima, sdb.
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